Cotia: Audiência pública deve apresentar plano de transporte coletivo em janeiro

Equacionar o problema de transporte coletivo na cidade é talvez o maior desafio deste governo municipal. A população que depende de transporte público sofre há anos. Primeiro foi o monopólio da única empresa de ônibus que serve a cidade há mais de 40 anos. A má qualidade no serviço deixou brecha para que o domínio do transporte coletivo de Cotia mudasse de mão; agora o monopólio é dos perueiros, o chamado transporte alternativo. Segundo Silvio Leme, secretário de Transporte e Trânsito de Cotia, atualmente 225 vans circulam nas ruas da cidade, contra 45 ônibus transportando uma média de 30 mil passageiros por dia.

A deficiência no transporte é visível, ainda assim o secretário afirma que todos os bairros da cidade são atendidos por transporte coletivo, mesmo que para chegar até o ponto de ônibus mais próximo o usuário tenha que se locomover a pé às vezes até 3 quilômetros. Se a opção for utilizar ônibus, o tempo de espera é longo; se for van, ela chega mais rápido no entanto, as longas paradas nos pontos e as arbitrariedades cometidas pelos motoristas do transporte alternativo irritam e assustam os passageiros.



Atualmente há 42 linhas que são operadas simultaneamente pela Vida Azul, empresa com contrato emergencial há 14 anos com o município e pela Coopertac, a cooperativa dos perueiros, com alvarás provisórios. Importante ressaltar que a contratação a título de emergência só pode ser feita por um período de seis meses e renovada apenas uma vez, segundo orientação do Tribunal de Contas de São Paulo. Ou seja, o contrato está irregular. Pior que isso, o contrato de emergência não prevê regras de fiscalização ou punição para a empresa operadora. Ou seja, ela faz o que quer e ninguém fiscaliza. O prejuízo fica para o usuário.

Na época de férias escolares, os bairros mais distantes da região central, como Morro Grande e diversos bairros da região de Caucaia ficam sem ônibus. Isto porque a empresa que opera as linhas os mantém apenas porque a prefeitura custeia a passagem dos estudantes e o faturamento está garantido. Sem estudantes, os outros passageiros ficam a pé. Os motoristas do transporte alternativo também não assumem as linhas.

O prefeito de Cotia, Carlão Camargo, em seu discurso na Câmara Municipal, nesta terça-feira (14), desafiou: “Todo mundo só quer o filé. Quero ver quem vai fazer a linha para o Caputera”.

O Plano de Reorganização e Racionalização do Transporte Coletivo e Urbano de Cotia promete disciplinar isso. A Secretaria de Transportes e Trânsito (Settrans), concluiu um estudo para subsidiar a licitação que implantará um novo modelo de transporte coletivo urbano no município. A licitação está prevista para março do próximo ano. Antes disso, o plano será apresentado à população em uma audiência pública no início do ano.

Fonte: Cotia Todo Dia





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