Funcionários do Anexo Fiscal das Fazendas Públicas, órgão que fica no prédio da antiga Pro Encontra Cotia, estão revoltados com a situação que passam, após a chuva do último dia 11, que fez com que a calha d’água do prédio não resistisse e a chuva invadisse a repartição, molhando documentos e equipamentos de trabalho. O Anexo tem mais de 110 mil processos em suas instalações.
A reforma do local só começou na última segunda, 21 e foi prometida a entrega para a semana que vem. Com o local interditado, o Presidente do Tribunal de Justiça determinou que o expediente do Anexo fosse suspenso por 10 dias, contando a partir do dia 16.
Só que duas questões intrigam os funcionários do setor: A reforma não terminará até o dia 26, data limite da suspensão do expediente. A outra revolta é em relação à ordem dada pelo diretor do setor para que os funcionários compareçam ao trabalho para bater cartão de manhã, voltem para casa e retornem ao final do expediente para dar a ‘saída’ no cartão.
Ou seja, os funcionários estão sendo obrigados a saírem de casa, pagar quatro conduções e cometendo uma irregularidade, que é a ausência no trabalho, apesar de estarem com seus cartões batidos.
Inconformados, chamaram o Sindicato União do Poder Judiciário do Estado de São Paulo, na pessoa de seu presidente, Wagner de Souza, para tentar resolver a situação.
Wagner apontou duas irregularidades. A primeira é em relação à situação dos cartões. Segundo ele, se caso o funcionário sofrer um acidente na rua no horário do expediente, como ele iria provar que estava trabalhando? E que garantia ele teria se caso se acidentasse, de ter assistência do empregador?
A outra questão é em relação à situação das instalações de trabalho. O sindicato quer garantias de que a obra ficará pronta e todas as instalações adequadas. Caso isso não ocorra, pedirá a interdição de parte do prédio da ProCotia. “Não há alvará de reforma e não existem condições dignas de trabalho para os funcionários. Se não tomarem providências, o sindicato irá entrar com ação judicial contra a Prefeitura e o Tribunal de Justiça”, afirmou o presidente.
As obras de recuperação do Anexo estão em andamento, porém as calhas d’água ainda não foram consertadas e trocadas e o processo está parado no Departamento de Compras da Prefeitura.
“O problema deste prédio já é antigo. Em 2002 foi matéria no jornal Folha Judiciária e até agora nada foi feito”, contou um dos funcionários.
Uma reunião entre o diretor do Anexo, Carlos Moraes, o Juiz Diógenes Rodrigues e o sindicato foi marcada para a manhã desta terça-feira, mas não aconteceu.
O sindicato irá sugerir ao TJ a mudança do Anexo para outro prédio, de propriedade da Justiça.
Além do Anexo, foram afetados pela chuva o posto da Polícia Civil e o Cartório Eleitoral. A polícia já se instalou provisoriamente em uma casa próxima, onde também funcionará o Cartório a partir desta quinta-feira, na Rua Jorge Caixe, 192.
Tentamos contato com o presidente e o advogado do sindicato nesta tarde, para saber como andam as negociações, mas ambos não foram encontrados.
Fonte: Cotia Todo Dia