Cotia tem 1,2 mil famílias vivendo em áreas de risco, segundo dados da Secretaria Municipal de Habitação e Urbanismo. Enquanto isso, o novo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) aponta que a cidade possui mais de 14 mil imóveis vazios.
Segundo o IBGE em Encontra Cotia há 59.074 imóveis ocupados, dos quais 349 são de uso coletivo (hotéis, pousadas, pensões etc). Já os imóveis vazios na cidade somam 14.405 unidades. O número não leva em conta as moradias de ocupação ocasional (de veraneio, por exemplo) nem casas cujos moradores estavam temporariamente ausentes durante a pesquisa.
José Lopes, secretário de Habitação contesta os números divulgados pelo IBGE e disse que já oficiou o órgão pedindo explicações sobre a metodologia utilizada para contar os imóveis vagos, para ele completamente fora da realidade. Por outro lado, nem todos os imóveis vazios podem ser utilizados para atender o déficit habitacional da cidade porque muitas vezes não condizem com a realidade dos que necessitam de moradias.
O número de imóveis vazios apontados pelo IBGE seria suficiente para acomodar as 10 mil famílias da cidade que ainda vivem nas áreas de risco ou em habitações inadequadas, sacrificando sua qualidade de vida pagando aluguéis e aguardam na fila uma vaga para adquirem um imóvel do programa “Minha Casa, Minha Vida”, do Governo Federal. O programa atende especialmente famílias com renda entre zero e 10 salários mínimos.
Dez anos, é o prazo estimado por José Lopes para equacionar o déficit habitacional em Cotia. Para atender os mais carentes seria necessário no mínimo 5 mil novas unidades habitacionais. Segundo ele nos próximos meses, estão previsto aproximadamente 3 mil novas unidades de casas e apartamentos na cidade para atender famílias com renda até seis salários mínimos, com direito a subsídios do governo e financiamento da Caixa Econômica Federal.
Já as famílias de baixa renda dependem de imóveis 100% financiados. O secretário diz que está em conversa com a CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano. “Moradores de áreas de risco tem prioridade”. Eles estão na região do Morro do Macaco, favela do Chiclete e Jardim Suave (KM 21) e na região do Jardim Nova Vida, pagam aluguéis e com isso não sobra dinheiro para pagar também a prestação de um imóvel. Nos próximos meses, parte desta população deve ser atendida. No Jardim Nova Cotia há uma área em estudo para abrigar 288 imóveis, além de outros 500 apartamentos em fase de aprovação pela Caixa Econômica Federal.
Enquanto isso, a prefeitura investe em convênios com os governos federal e estadual para regularizar imóveis – o Cidade Legal deve regularizar 18 mil moradias em diversos bairros – ou atender famílias que ficaram desabrigadas em função de desabamentos ou outros problemas em virtude das chuvas de 2009 e 2010. Atualmente 137 famílias estão no programa “aluguel social” e recebem R$ 300 por mês.
Fonte: Cotia Todo Dia