A capital paulista teve quase 60 mil de conjuntivite registrados no último mês. Segundo a Secretaria de Saúde do Município de São Paulo, por conta do aumento das notificações, o monitoramento da doença passou a ser feito, desde o mês passado, pelo número de casos e não pelo número de surtos, como era anteriormente.
Segundo o diretor do pronto-socorro de oftalmologia da Santa Casa de São Paulo, Niro Ksahara, os surtos de conjuntivite são normais em determinadas épocas do ano, como o verão, provavelmente por conta da exposição maior das pessoas em todos os ambientes, e no inverno, quando as pessoas ficam em ambientes fechados.
O oftalmologista Laércio Camargo, com consultório em Cotia lembra que após o carnaval a incidência da doença aumentou devido a tendência natural das pessoas se aglomerarem nas festas e eventos.
A conjuntivite é uma inflamação na membrana que recobre a parte externa do olho, a conjuntiva, e é transmitida por um vírus. Os olhos ficam vermelhos, sensíveis à luz, as pálpebras ficam inchadas e há um forte desconforto com dificuldade para abrir e fechar os olhos.
Depende da gravidade e se não cuidada adequadamente pode trazer conseqüências graves para a visão, completa Laércio, formado pela Unesp, com 28 anos de atuação. Segundo ele, embora a possibilidade seja pequena, a inflamação pode provocar opacidade da córnea e comprometer a visão.
Para prevenir o contágio, além de evitar aglomeração, o médico recomenda lavar sempre as mãos antes de levá-las aos olhos ou fazer a higiene com álcool em gel. No caso de pessoas infectadas, a recomendação é não dividir toalhas ou outros objetos pessoais , beijos e abraços também estão proibidos.
Ksahara ressalta que a doença tem um ciclo de sete a dez dias e, em algumas situações, até 15 dias. “Não há remédio para a doença, basta esperar que o organismo reaja e elimine o agente infeccioso.
O que os oftalmologistas recomendam é fazer bastante compressas com água filtrada gelada ou soro fisiológico e usar colírios lubrificantes para tirar um pouco a irritação e, em casos mais graves, um colírio anti-inflamatório.
Fonte: Cotia Todo Dia