Com a missão de relatar um pouco da realidade do transporte coletivo de guia Cotia, tendo em vista a audiência pública prevista para o próximo dia 26, esta repórter na tarde de terça-feira cumpriu parte de sua agenda utilizando transporte coletivo. A pauta era cobrir a manifestação dos professores e a sessão da Câmara, no centro de Cotia, marcadas respectivamente para as 17h30 e 18h00.
Para garantir que chegaria no horário, tive que me apressar pois tinha que deixar o carro em casa e ir até o ponto de ônibus, na Raposo Tavares. A sorte é que moro e trabalho no mesmo bairro, o Parque São George, na Granja Viana.
Saí da minha casa às 16h44. Até o ponto, utilizando um atalho por dentro do Cotolengo são 5 minutos de caminhada. A lotação, passou as 16h51. “Cotia – Atalaia, via Extra, gritou o cobrador”.
Horário de pico, pontos cheios, a van, na verdade um micro-onibus, também começa a lotar. O motorista tem pressa, paradas rápidas nos pontos, mas não chega a extrapolar a velocidade.
Detalhe para o péssimo estado de conservação e a sujeira do veículo que chegava a cheirar mal. Os bancos muito apertados. A repórter é grande, ao meu lado sentou um rapaz, também grande e eu me vi espremida e grudadinha, ombro no ombro com meu vizinho de banco desconhecido, sem ter onde colocar as mãos ou me mexer. Pra complicar a situação o telefone toca dentro da bolsa. Até conseguir mobilidade para atender, a ligação caiu, melhor deixar pra lá…. Quem estava gostando do aperto era o casal de namorados no fim do ônibus.
Entre o km 25 da Raposo, de onde saía até o centro de Cotia, foram 25 minutos. Nada mal. De carro, a 90km/h dá pra fazer o percurso em 10 minutos, se não tiver trânsito.
Pauta cumprida era hora e voltar pra casa. 20h21. O ponto mais próximo da Câmara fica na Rua Guido Fécchio. Um lugar esquisito, escuro, beirando ao improviso. Logo pensei no que disse meu colega Beto Kodiak, “cuidado, ali a noite é perigoso”.
E ele não é o único a achar isso. Uma jovem que ia pegar o ônibus para Itapecerica da Serra contou com a companhia do namorado até entrar no ônibus. “Eu não me arrisco, já soube de pessoas que foram assaltadas aqui. É muito escuro, muito deserto”. A dona de casa, Sandra Regina, esperava a filha que chegaria do trabalho para acompanha-la. “Gostava mais quando o ponto era em frente a Câmara Municipal, não entendi ainda porque fizeram essa mudança”.
O próximo ponto é em frente ao cemitério. Ali os passageiros não reclamam da segurança mas, da bagunça provocada pelos motoristas de ônibus e lotações mas isso será tema de outra matéria.
Fonte: Cotia Todo Dia