Já está na Câmara de Vereadores de Cotia, projeto de lei do prefeito Carlão Camargo propondo a privatização dos cemitérios pelos próximos 30 anos.
Se o projeto foi aprovado, uma concorrência pública deve decidir qual empresa ficará responsável pelos três cemitérios públicos existentes na cidade e por todos os serviços funerários como traslados, comercialização de urnas, caixões, velórios, capelas entre outros.
A empresa que vencer a concorrência poderá renovar o contrato por mais 30 anos, ou seja, se a lei for aprovada, nos próximos 60 anos, se já é difícil viver, morrer pode ficar ainda mais caro para o cidadão cotiano.
Cotia possui quatro cemitérios, dos quais três são municipais. Juntos os públicos, somam 9,4 mil jazigos que não atendem à demanda da cidade que enterra por mês, cerca de 240 corpos, conforme dados fornecidos pela Prefeitura de Cotia. Os lotes públicos são exumados a cada três anos.
O cemitério de Caucaia que em 2007 estava superlotado, a ponto de a prefeitura enterrar um cadáver sobre outro, conforme denunciou a reportagem do cotiatododia, recentemente passou por reforma e ampliação. Foram construídos 115 novos ossários e 112 jazigos verticais.
A prefeitura argumenta que a privatização foi pensada para melhoria do serviço, além de economia, uma vez que atualmente gasta-se por mês cerca de R$ 150 mil para manter os cemitérios – já incluindo recursos humanos, manutenção predial, materiais de construção, materiais de limpeza, materiais elétricos, aquisição de urnas mortuárias, manutenção em geral, incluindo os cemitérios, funerária e velório.
“Com a privatização não terá despesa, por que os perpétuos que pagarão a conta e a manutenção para empresa vencedora”, diz nota enviada pela prefeitura à redação do cotiatododia.
Atualmente para enterrar um ente falecido em qualquer um dos cemitérios públicos da cidade o morador de Cotia gasta R$ 2,1 mil.
Os comprovadamente carentes não pagam pelo serviço. E mesmo com a privatização, o projeto de lei mantém o custeio do serviço à essas pessoas. A empresa que for explorar os serviços deverá cobrar valores fixados pela Prefeitura por meio de decreto.
Fonte: Cotia Todo Dia