Redução em salários faz PMs rejeitarem Cotia

Há algum tempo Policiais Militares de outras cidades estão se recusando a vir trabalhar em Guia da cidade Cotia. No momento das transferências para cá, principalmente se estão em cidades maiores, eles optam por ficar no local onde estão. O motivo? A redução nos salários.

Trabalhar em Cotia significa cerca de 200 reais a menos no salário dos militares. Tudo isso por conta de uma lei que para eles é absurda. O policial que trabalha em cidades com menos de 500 e 200 mil habitantes ganha menos. Há algum tempo este valor atingia até 600 reais de diferença no holerith.

No caso de Cotia, além da recusa de policiais de fora virem trabalhar na cidade, houve casos de PMs que trabalhavam aqui e pediram transferência para praças maiores.

“Não compensa, por exemplo, morar em São Paulo ou Osasco e ir trabalhar em Cotia, ganhar menos e ainda ter despesas com condução ou combustível, por isso optei em voltar para a capital”, diz o soldado R.S., que trabalhou um tempo em Cotia, mas pediu para voltar para São Paulo, onde reside e trabalha atualmente.

Já o policial J. diz que trabalhou em Guarulhos, veio para Cotia, se transferiu para São Paulo e um ano depois foi para Hortolândia. “Nessa brincadeira meu salário baixou, subiu e baixou ainda mais. Ficou difícil para pagar as contas. Tinha prestação de apartamento e quando fui para o interior, ficou difícil de pagar e quase perdi o imóvel, tive que pedir ajuda aos meus familiares”, conta o policial que está há 10 anos na corporação, mora em Cotia, mas trabalha na capital. E vai além: “a política dos governadores dos últimos 20 anos tratam o policial como lixo, é preciso que o policial ganhe bem para evitar a corrupção na corporação”.

Hoje, todos os PMs de Cotia ganham menos que seus vizinhos de Osasco e da capital, só para citar dois exemplos.



Mudanças devem acontecer

A Assembleia Legislativa aprovou o projeto de lei que altera o valor do Adicional por Local Exercício (ALE) pago aos policiais civis, militares e científicos, beneficiando o conjunto da categoria, além dos aposentados e pensionistas. Policiais da ativa terão aumento de até 24% nos salários. Já os aposentados e pensionistas passarão a receber o ALE na íntegra e em metade do tempo.

O ALE anterior era pago em três faixas, que variavam conforme a população: a primeira faixa incluía as cidades até 200 mil habitantes; a segunda, os municípios com até 500 mil habitantes; e, finalmente a terceira faixa congregava as grandes cidades com mais de 500 mil habitantes. A nova lei extinguiu a primeira faixa – até 200 mil habitantes, e elevou o valor pago a segunda faixa, até 500 mil habitantes. Agora, haverá apenas duas faixas: até 500 mil habitantes e mais de 500 mil habitantes, com diferença salarial de 20%.

Os maiores percentuais de aumentos beneficiarão os menores salários dos policiais da ativa. Os soldados de 2ª classe das cidades médias e pequenas do interior e litoral, com até 200 mil habitantes, terão um aumento de 23,82%. Agentes policiais, carcereiros, auxiliares de papiloscopistas e atendentes de necrotério de municípios até 200 mil habitantes terão os vencimentos elevados em 20,98%.

A redução de três para dois níveis de ALE custará ao Estado R$ 236,6 milhões, por ano. Por mês, o projeto de lei implicará em aumento de despesa de R$ 17,7 milhões. O governo espera que a elevação dos salários pagos em cidades pequenas e médias contribua para corrigir distorções administrativas, como o maior interesse dos funcionários em trabalhar em grandes cidades, com mais de 500 mil habitantes.

Fonte: Cotia Todo Dia





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