Série vai traçar raio-X do transporte de Cotia

Prometida para o fim de 2009, primeiro ano do governo de Carlão Camargo (PSDB) a solução para o caótico transporte coletivo da cidade Cotia pode estar próxima, embora no fim do governo, quase na porta das eleições.

A prefeitura marcou para o próximo dia 26, uma sexta-feira, a audiência pública para apresentar o projeto à população que também poderá opinar.

A população que depende de transporte público sofre há anos. Primeiro foi o  monopólio da única empresa de ônibus que serve a cidade há mais de 40 anos. A má qualidade no serviço deixou brecha para que o domínio do transporte coletivo de Cotia mudasse de mão; agora o monopólio é dos perueiros, o chamado transporte alternativo.

A deficiência no transporte é visível,   pontos de ônibus sempre lotados como reflexo do longo intervalo de tempo entre os veículos. As vans que nasceram como transporte alternativo disputam o mesmo horário e percurso dos ônibus.

Quando o passageiro opta por utilizar  ônibus, o tempo de espera é longo; se for van, ela chega mais rápido no entanto, as longas paradas nos pontos e as arbitrariedades cometidas pelos motoristas do transporte alternativo irritam e assustam os passageiros. Em muitos casos, para chegar até o ponto mais próximo o usuário é obrigado a se locomover a pé, dois, três quilômetros ou mais.

Um estudo de mobilidade, encomendado pela prefeitura deve nortear a licitação e os rumos do transporte coletivo da cidade que, se solucionado, deve ser uma grande bandeira política para o atual prefeito, que vislumbra a reeleição.

Segundo informações da Secretaria de Transportes e Trânsito de Cotia, 225 vans circulam nas ruas da cidade, contra 45 ônibus, transportando uma média de 30 mil passageiros por dia.

Atualmente há 42 linhas que são operadas simultaneamente pela Vida Azul, empresa com contrato emergencial há 20 com o município, e pela Coopertac, a cooperativa dos perueiros, com alvarás provisórios. Importante ressaltar que a contratação a título de emergência só pode ser feita por um período de seis meses e renovada apenas uma vez, segundo orientação do Tribunal de Contas de São Paulo. Ou seja, o contrato está irregular (saiba mais). Pior que isso, o contrato de emergência não prevê regras de fiscalização ou punição para a empresa operadora. Ou seja, ela faz o que quer e ninguém fiscaliza. O prejuízo fica para o usuário.



Na época de férias escolares, os bairros mais distantes da região central, como Morro Grande e diversos bairros de Caucaia ficam sem ônibus. Isto porque a empresa que opera as linhas os mantém apenas porque a prefeitura custeia a passagem dos estudantes e o faturamento está garantido. Sem estudantes, os outros passageiros ficam a pé. Os motoristas do transporte alternativo também não assumem as linhas.

O estudo, denominado Plano de Reorganização e Racionalização do Transporte Coletivo e Urbano de Cotia, que será apresentado na audiência pública,  promete disciplinar isso e prevê o contrato de uma única empresa para operar as linhas na cidade pelos próximos 10 anos.

Segundo o estudo, serão necessários uma média de 130 veículos – entre ônibus e vans –  para atender a demanda de passageiros em Cotia com sistema integrado por uma espécie de bilhete único. Mas como em bairros com topografia acidentada e de difícil acesso para ônibus, o transporte será feito com microônibus ou vans.

A grande pergunta que usuários e motoristas do transporte alternativo estão fazendo e espera-se que seja respondida na audiência púbica é como será a relação vans e ônibus nesse sistema.

Com o objetivo de contribuir com a discussão, a partir de hoje apresentaremos uma série de reportagens sobre o dia a dia do transporte coletivo de Cotia por vans ou ônibus. Vamos mostrar as principais reclamações dos usuários, os problemas nas linhas, a conduta dos motoristas, o tempo gasto entre um bairro e outro as dificuldades de quem não tem transporte e precisa andar quilômetros até o ponto de ônibus mais próximo. E você leitor também pode participar deste raio-x do transporte coletivo de Cotia nos enviando críticas, fotos e sugestões que elas serão encaminhadas para a Secretaria de Transporte e Trânsito.

Fonte: Cotia Todo Dia





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